quinta-feira, 10 de julho de 2014

Caminhar e olhar o Rio...

Ah... o Rio! 

      Sim, o Rio é lindo! uma muvuca linda! Talvez por que o conheci primeiro pelas belas imagens feitas pelas novelas (fala sério, quem nunca?) e pelas músicas. Aí uma amiga foi visitar e me disse: "Flor, Deus desceu e fez o Rio com as mãos"(por causa das montanhas). Em 2011 fui conferir! Rolou um busão 0800 (de graça, e viva universidades públicas <3), não tinha grana mas... dá-se um jeito! Eu e mais dois amigos fizemos um brechó no campus  e levantamos uma grana massa! Colocamos nossas coisa para vender, um deles ficou com quatro camisas, o resto... foi-se! Pedimos aos amigos roupas que não usassem mais para vendermos e dividir o dinheiro, acabamos foi ganhando muuuuuita coisa, pois ficaram felizes em colaborar com a causa e por liberar espaço no armário. Dois dias de estrada, graninha, casa de amiga ok, e vambora curtir a cidade maravilhosa. Nesta primeira viagem circulei muito, fui em diversos museus, bibliotecas, caminhei pela cidade e fiz poucas fotos, apenas com a analógica. Nesta última viagem a vibe era outra. Caminhei, olhei, circulei no Centro, Lapa, Santa Tereza, Copacabana, Ipanema... 
(Ok, confesso que foi só zona sul e tem um monte de coisas sobre isso mas fica dentro deste parêntese e nestas reticências... Já que a minha primeira viagem foi nessa atmosfera e quero preservar essas memórias.)

      Passar na Rua do Ouvidor, refazer a  visita guiada no Teatro Municipal (desta vez com fotos) entrar no Real Gabinete de Leitura Português (não fui conferir o nome se é esta ordem, mas é com essas palavras) e começar a espirrar e pensar: "Que bibliotecária serei? Alérgica assim?!" Museu Nacional de Belas Arte e Biblioteca Nacional fechados por conta da greve, mas em 2011 foi incrível entrar lá sentir o lugar... Ver um Tarsila do Amaral de pertinho, encontrar uma obra e ver a assinatura e reconhecer um cearense: Zé Tarcísio (depois o encontrei numa festa e contei, ele ficou feliz). Saber da mesinha que o Drummond usava na BN, pegar a exposição do Salvador Dalí no CCBB (grátis õ/), enquanto se espera na fila, ver passar uma manifestação dos professores, e quem ia na frente? O  Batman! Quem acompanhou, creio que vai se ligar quem é (afinal, o Rio eu conheço da TV) Enquanto passa apressada, encontrar por acaso a Escadaria Selaron e ir lá fazer umas fotinhas e ficar um tempão, sem conseguir se atrasar no fim das contas. Conhecer uma galera que mora em um palacete (essa história vai ter um post), ser muito bem recebida, ficar pra almoçar, sair para ir na feira da Glória comprar uma rúcula e coca-cola (rola no domingo), tentar fazer um caminho diferente e se perder por Santa Tereza (recomendo!). Ainda sobre a feira, é daquelas de bairro, com pastel, caldo de cana, todo tipo de verduras e frutas com direito a provas, ao som de uma banda alternativa que mandava muito bem no som, e tinha um chapéu que merecia estar cheio de notas. Um cara me parou... era um "senhor" de Fortaleza que conheci na ocasião de um evento. Sempre o via e nos cumprimentávamos... Disse que passou no ENEM, veio pro Rio, conheceu uma francesa e estava morando lá em Santa Tereza, a venda de livros ali na esquina dava uma força no orçamento. Fiquei tão feliz de encontrá-lo, ele esbanjava tanta alegria! Fechar uma noite ouvindo jazz na Pedra do Sal curtindo uma (3) cerveja gelada.

       Puro feeling pegar um ônibus para Copacabana e conseguir descer em um ponto próximo ao Shopping do Antiquário. Em 2011 também tinha visitado, foi tão legal entrar naquelas lojas de objetos antigos (e caros), cheios de histórias, com uma riqueza de detalhes, vários de tantos lugares do mundo... Consegui fazer umas fotos em lojas que depois se arrependeram (elas aparecem aqui mas fica o segredo ;)  Brechós com peças que acompanharam tantas décadas, ali na sua frente! Um kimomo vermelho tão comprido, com tantos bordados e tão pesado, que eu deixaria como peça de decoração na minha super casa.
Descobrir outros pequenos shoppings com tantas lojas legais, camelôs com tanta coisa diferente aos meus olhos, ficar procurando o Edifício Master do doc de Eduardo Coutinho, descer até a orla, rever o Drummond sentadinho. Não fotografei desta vez, só observei os turistas. Ipanema... lembro de lá quando cruzei a  Rua Vinícius de Moraes (2011), e vi algum global passando.

       Os pontos turísticos mais badalados fiz em 2011. Peguei um busão pro Cristo, quando percebi estava no Bairro das Laranjeiras e o Nando Reis cantou pra mim (clica e escuta também). Só contei para minha mãe que tinha viajado quando estava lá em cima no Cristo. A Quinta da Boa Vista tem vários locais, como o zoológico onde vi pinguins (amei, rss) e no Museu Nacional, só por estar pertinho de fechar que passei com tanta rapidez por aqueles sarcófagos e múmias. Como eu adoro história (s), lugares antigos são meio que uma prioridade, me faz bem.

O (meu) Rio é uma poesia.
Cristo. Analógico, 2011.

Vista do Cristo Redentor. Analógico, 2011.

Cristo Redentor. Analógico, 2011.

Zoológico do Rio. Analógico, 2011.

Foto tirada por turista. Estátua do Carlos Drummond de Andrade. Analógico, 2011.

Vista da Baía de Guanabara e Ponte Rio-Niterói. Analógico, 2011.

Biblioteca Nacional. Analógico, 2011.

Analógico, 2011.

Teatro Municipal. Analógico, 2011.

Teto do Teatro. 2014.

Vitrais do Teatro. 2014.

Antiquário. 2014.

Escadaria Selarón. 2014.

Escadaria Selarón. 2014

Artista de rua que distribuía gentilmente uma florzinha para cada dinheiro que recebia na sua caixinha. 2014.

Batman, "personagem" conhecido das manifestações. 2014.

Exposição Salvador Dalí no Centro Cultural do Banco do Brasil. 2014.

  1. Biblioteca Real - Gabinete Português de Leitura. 2014.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Pequenas compras, grandes orgulhos.

       Na Chapada dos Veadeiros fiz duas pequenas comprinhas. Na ocasião, viajei com meu diário e escrevi por lá, vou transcrever para contar:

"Menino vendendo chocolates
Paramos em um lugar na estrada, pouco depois do portal que anunciávamos estar entrando na Chapada dos Veadeiros. Depois de almoçar, quando já ia entrar no ônibus, vi um garoto de 13 ou 14 anos com uma cestinha simpática e uns bombons sonho de valsa dentro, vendendo. Mas ele estava tão na dele, apenas segurando perto da porta... voltei e comprei um. Percebi que mesmo bem jovem, ele estava trabalhando, não sei, mas aquilo me parou. Talvez por que lembrei do meu sobrinho que faz umas coisas assim... Paguei R$ 1,00 no chocolate, recebi um doce "Boa viagem pra ocê" (com um sotaque goiano que é muuuito gostoso de ouvir...) e subi. Quando sentei, pensei que podia ter dado um pouco mais de dinheiro pelo bombom, para "incentivar", quem sabe... Mas aí o ônibus partiu..."

"Irmie e meu colar novo.
Chegamos tarde na feira. A mesa que Jamille (do Pés Viajantes e minha anfitriã) usa é da sua vizinha, e estava ocupada. Um garotinho vendia umas coisas... conversamos e ficamos com metade da mesa. Se chamava Irmin, e ia vender na *feira as terças, e sábado ás vezes. Tinha colares feitos por ele (R$ 2,00 e R$ 3,00, bolsas do tipo sacolas (R$ 5,00)feitas por uma amiga da sua mãe que dava para ele vender, e livros (R$ 2,00). Comprei um colar. Paguei com R$ 5,00, demorou a dar o troco e perguntei o valor, daí me disse que deu desconto e ficou por R$ 3,00. Senti que ele não tinha troco, então disse que podia ficar pelos R$ 5,00 mesmo. Me perguntou quanto era 10% daquele valor, respondi e ele disse: "Então tenho que dar R$ 0,50 para minha mãe." Ele  dá 10% de tudo que vende para as despesas da casa. Que senso de responsabilidade, além da aula de educação financeira... "
*(Feira do Produtor Rural de Alto Paraíso - GO, alimentos de artesanatos (artesanatos só no sábado)).

       Feliz de ver esses garotinhos conquistando seu próprio dinheiro, achei bonito, nada haver com trabalho infantil forçado, certeza de que se tornarão homens dignos.


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Paquetá de amores.

       Já faz um tempo que li o romance "A Moreninha" do Joaquim Manuel de Macedo, as areias da praia, do camafeu, a Carolina... lembro de trechos e gostei muito, como eu tenho o livro, assim que der vou reler :) E claro, lembro do lugar onde se passa a história, Paquetá-RJ. Vi fotos de uma amiga super querida e muito talentosa, a Bethânia, nesta ilha. A legenda da foto dizia: "tarde em Paquetá", e ela em uma bicicleta usando o seu melhor sorriso. Foram esses dois momentos que me fizeram decidir visitar o lugar quando eu voltasse ao Rio. A hora chegou! Por ocasião de um concurso, comprei a passagem já na véspera. Horas depois, sai uma nota adiando a prova por prazo indeterminado. Sim, aconteceu e eu fiquei sem chão por um tempo, mas passou rápido! Percebi que tinha uma passagem comprada pro Rio :D Quer alegria maior?
Fui! Para adiantar e chegar na Ilha, convenci Bruno, amigo muito querido de longa data, e anfitrião, a ir comigo. 

       Bem, estou escrevendo pq o passeio foi ótimo e super indico, então vou colocar as dicas, algumas eu ganhei da Bethânia. A barca você pega na Praça XV que fica no Centro do Rio, no mesmo lugar onde pega a barca pra Niterói (custa R$ 4,80). O guiché fica ao lado. Tem várias saídas por dia, mas nem tantas assim, então vê um horário legal pra ir, se for de manhã dá pra curtir mais o passeio. Procurar ir na barca antiga, é mais lenta mas dá pra ir no convés, é mais legal. O percurso já é um super passeio, que dura uns 70 minutos.
Fui numa segunda feira, gosto de lugares mais tranquilos e menos badalados, lá tem esse perfil...

       Tem várias lojas que alugam bicicletas, alugamos duas (conseguimos por R$ 10,00) e fomos passear! Três ou quatro quarteirões e cruzamos a Ilha... mas calma... ela é comprida e dá pra pedalar um bocado! Só vi três carros na Ilha: 2 caminhões de lixo e um trator que puxava uma carroceria com bancos usada para levar turistas para passeios. Também tinha algumas carroças. Foi tão surpreendente encontrar um lugar assim... Poder pedalar a vontade pelo meio da rua, que são super charmosas, casinhas com jardim, muitas bem antigas. Tem um parque que no dia estava fechado e tem uma construção muito antiga, aparentemente do século XIX. Fomos na pedra da gruta descrita no livro, como o lugar onde a Moreninha ia para esperar seu amor, que vinha remando do Rio... É um mirante. Outros pontos como uma pontezinha que adentra ao mar, e ao lado tem uma pedra enorme, que uma garotinha contou que se faz três pedidos e joga uma pedra para cada um deles, de costas... se a pedra ficar lá em cima, o pedido se realiza! Só digo que é difícil por que a pedra grande não é plana (risos)...



       Gostei muito da energia do lugar <3

Ponte Rio-Niterói - RJ